domingo, 6 de abril de 2025

MÉTODO MEIRELLES DE REPROGRAMAÇÃO MENTAL _ Técnicas de Intervenção emergencial para uma sociedade em crise civilizatória



 PREFÁCIO DO LIVRO

Começo por dizer que este título não faz justiça ao que é o tesouro do conteúdo, como irei demonstrar. Seria melhor, talvez, chamar-lhe Manual do Método Meirelles…, tal a riqueza que a autora nos traz nas páginas deste livro.  Plasma, no texto, todo o seu saber acumulado na vida pessoal e, sobretudo, profissional, no texto inicial de Apresentação.  Esta, quase que dispensaria o meu prefácio. Fala-nos da verdade, que qualquer profissional deveria reconhecer - é a clínica, que corrige as teorias - e faz uma integração de conhecimentos da psicologia clássica com outras escolas de pensamento psicológico e espiritual, resultado de um saber, feito de experiência.

É um livro para profissionais, que devem aproveitar o saber e a experiência de Sueli Meirelles, pois considero este livro como um filão de uma mina para a prática clínica.  Tem em conta tudo aquilo que é hoje a explicação do fenómeno vivencial - o Bio-Psico-Social e, ainda, o Histórico, Cultural e Espiritual. Esta visão multifatorial permite-lhe uma interpretação do real, cuja ressinificação, com grande probabilidade, leva à cura. Como pessoa sensível agradece aos seus pacientes o que com eles aprendeu e, ao Divino, pela “Descoberta”.

Nos capítulos seguintes leva-nos numa viagem pela fundamentação teórica do seu Método: PNL (Programação Neuro Linguística), Bioenergética, Gestalt, Psicologia Transpessoal, Ciência Moderna e Tradições Sapientais do Oriente e Ocidente. Absorveu o melhor de cada uma destas escolas e reflete isso na escrita. São capítulos desenvolvidos sobre o essencial, com referência aos seus principais autores.

De todos estes contributos para a Psicoterapia, a autora realça, e bem, o papel da Psicologia Transpessoal, sobretudo o grande contributo sobre a teorização, divulgação e uso dos Estados Alterados/ Modificados/Ampliados de Consciência e que, ainda, não é devidamente reconhecido.  Conhece e reconhece bem o seu elevado potencial e valor, no contexto clínico e terapêutico. Assim o demonstra quando descreve a sua indução, previamente à aplicação das técnicas do seu método. É nestes estados de consciência, que existe a possibilidade de regressão e progressão no “tempo” e mesmo noutras “dimensões”.  Na sua experiência clínica descreve a interação com seres Trans-dimensionais, “possivelmente holográficos”, como escreve.  Observou, nestes estados de consciência, processos de reencarnação e contactos com outras dimensões da vida extraterrestre.  É admitir um potencial incrível, decorrente de um estado ampliado de consciência - tudo aquilo, que se passa na mente ou já foi, ou é, ou vai ser possível. É um conceito libertador, que permite aproximar, a Ciência da Espiritualidade. Como se a Ciência precisasse da Espiritualidade para lhe dar sentido.

Ainda, é de referir, também, que a autora nos dá indicações para livros, que ela própria já escreveu e para o seu site onde se encontram muitas informações úteis. É de realçar, o que também não é frequente em livros de psicologia, fazer menção às Tradições Sapientais – Catolicismo, Candomblé, Umbanda, Protestantismo, Espiritismo, Budismo e Teosofia – cujos ensinamentos se completam mutuamente. Este conhecimento permite descodificar e integrar certa fenomenologia, que, por vezes, surge nas sessões terapêuticas. Isto mostra o amplo espectro de interesses, que a autora apresenta e que usa para dar sentido ao seu trabalho clínico, criando um modelo integrativo da estrutura psíquica. Como se na nossa Consciência tivéssemos, desde o nascimento um “quantum” de informação de 100%, do qual usaríamos para a vida quotidiana cerca de 14% e os restantes 86% seriam acedidos, através de Estados de Consciência Ampliados. Nesses estados, usa as dimensões conaturais à espécie humana, já definidas por Jung – A Razão, a Emoção, a Intuição e a Sensação – para obter conhecimento pessoal, de espécie e “Mais Além”, com acesso a outras dimensões “psicofísicas” de Transcendência/ Espiritualidade.  

A parte clínica do livro em apreço, mostra como a autora desenvolveu o seu próprio método, partindo de bases sólidas, iniciando o seu trabalho clínico pela entrevista inicial, muito completa, obtendo dados pessoais, parto e ocorrências de família. Segue-se o planeamento, de acordo com o tema a ser tratado, relaxamento e proteção para o trabalho e ambiente terapêutico. Este último aspeto não é habitual em contextos terapêuticos, mas, decerto, a autora usa-o por convicção pessoal e, quiçá, devido a experiências vivenciadas em contexto clínico, que a levaram a isso.

Segue-se a apresentação de técnicas para diferentes aspetos e solicitações terapêuticas. Todas excelentemente apresentadas, com objetivos, fundamentação teórica e aplicação prática. Sublinho este aspecto, pois é muito raro, que autores desçam a este pormenor, de descrever os seus próprios protocolos. Para os futuros terapeutas é, na verdade, uma dádiva!

Usa a linguagem - as palavras – com cuidado e sabedoria, pois sabe, que a visão do Mundo é determinada por elas e, dentro ou fora da terapia, “são gatilhos, que disparam emoções e sensações”.

Limito-me a descrever para cada Técnica, o nome e algumas palavras-chaves, que remetem para a sua indicação primordial. Técnica do Animal- a dinâmica psíquica do individuo; Álbum de Fotografias – resgate da criança “interior”; A Torre – a parte individual lá “presa”; As Nuvens – libertação de emoções; As Portas – escolhas para o futuro; O Jardim – perdas afetivas; Leito de morte – ideação suicida; PAAC – busca do autoconhecimento nos “papéis” de pai, adulto, adolescente e criança; O Caminho – identificar metas de realização pessoal e profissional;  Sala dos Exames (médicos) – conteúdo emocional dos sintomas, situações futuras; O Lago – para alta hospitalar ou da terapia. Eu diria que cada uma destas técnicas reflete o entusiasmo, que a autora põe na prática clínica e que é o grande recurso utilizado por Sueli Meirelles

Seguem-se as Técnicas Regressivas, com o mesmo nível de exposição já referenciado para as outras técnicas, isto é, com descrição dos objetivos, fundamentação teórica e aplicação prática. Copio, do texto do livro a definição da autora, para técnicas Regressivas, pois o faz de modo sucinto e claro: As Técnicas Regressivas são recursos essenciais para o processo de autoconhecimento profundo, abrindo caminho para o resgate  das memórias que se encontram fora do alcance do consciente, tais como as memórias dos primeiros três anos de vida, nascimento, vida intra-uterina e memórias de outras existências, considerando-se nossa manifestação dual, como individualidade eterna e personalidade perecível, existente entre nascimento e morte. Incluem-se, nestas memórias, as de infância, nascimento e, para indivíduos do sexo feminino, as da gravidez, parto e puerpério e, para o sexo masculino, as de paternidade. Faço uma especial referência às memórias transpessoais – desde supostas vidas passadas, memórias de espécie, de outras existências, inclusivamente não humanas – que são um manancial de conhecimento pessoal e geral.

A Hipnose e a Reprogramação Mental merecem um excelente e muito completo capítulo sobre os seus fundamentos e a interação dos conceitos, que através da reprogramação, é suscetível de elevar o indivíduo ao Ser Integral e Superior – ao melhor de si mesmo!

A última parte do Livro é dedicada ao Instituto Vir a Ser – “menina dos olhos” da autora – programa de cursos, atividades e depoimentos de formandos. Naturalmente, não falta uma menção ao seu Curriculum pessoal e profissional, que mostra bem a sua trajetória pessoal, profissional e evolutiva. Não se inibe, em self-disclosure, de escrever as suas reflexões sobre a sua evolução como pessoa e terapeuta. É uma estudiosa culta e universalista - busca incessantemente o autoconhecimento e a sabedoria.

E, last but not least, presenteia-nos com um “tesourinho” inesperado – um muito útil glossário de termos/palavras usadas no texto, explicado com citações de autores e sua referência bibliográfica. Um trabalho ciclópico!

Em resumo, o Método Meireles de Programação Mental - técnicas de intervenção emergencial para uma sociedade em crise, é um livro com referências completas a diferentes Escolas de Psicoterapia e seus autores, reflexões pertinentes e técnicas psicoterapêuticas inovadoras, discutidas e descritas para aplicação prática.

Recomendo este livro – verdadeiro manual e, em certa medida, compêndio,  a todos os estudiosos das modernas psicoterapias e a profissionais, que buscam a excelência no seu trabalho clínico.  

 

Lisboa, 22 de Novembro de 2024

Mário Simões

Professor Jubilado de Psiquiatria e Saúde Mental e de Introdução às

Ciências da Consciência da Faculdade de Medicina de Lisboa


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terça-feira, 1 de abril de 2025

AVIÃO DO AMOR - Uma Experiência Incrível

 

          Na madrugada do dia 06/10/24, acordei às 01:30, com a inspiração para escrever um livro intitulado “Avião do Amor”, em 15 capítulos, cada um impresso numa única folha de papel A4, o primeiro impresso em papel rosa, e, em seguida, fazer dobraduras de origami, em formato de avião, para serem distribuídos a crianças de 7 a 70 anos, mensalmente, no dia 12 de cada mês, a partir do dia das crianças. Fui orientada também para escrever uma apresentação do livro e colocar o link do vídeo onde era ensinado como fazer o origami de avião. O mais impressionante de tudo foi receber, neste primeiro momento de conexão, o último capítulo do livro, intitulado “A Revelação” a ser publicado e distribuído somente no dia 12 de dezembro de 2025, cujo conteúdo eu deveria manter em segredo.  Muito impactada pela experiência, fiquei me perguntando qual o significado de escrever um livro, a partir do último capítulo, com uma revelação tão fantástica. Certamente vivenciei um fenômeno de canalização e agradeço infinitamente por esta Bênção!...

Na continuação do fenômeno, foi-me orientado que, do segundo ao décimo capítulo, eu falasse sobre a transformação de emoções como ansiedade, orgulho, inveja, ganância, tristeza, medo, raiva e dor, como personagens infantis, que iriam recebendo nomes com conotação positiva, relacionados às emoções que fossem compreendendo e esvaziando, â medida que cada uma das crianças entrasse no mar violeta da Ilha da Transformação, como metáforas de transmutação interior, para cada leitor ou leitora. Perfeito!!!

Do décimo primeiro ao décimo quarto capítulo, fui orientada a escrever sobre a viagem onírica das crianças aos Reinos da Natureza, como forma de conscientização ecológica, compreensão, responsabilidade e cuidados devidos aos elementais da terra, da água, do ar e do fogo.

Em sincronicidade[1], no início deste ano de 2025, vi a divulgação do WCD – Dia mundial da criatividade, um projeto internacional, com uma programação presencial e descentralizada, que será realizado em cerca de 56 cidades brasileiras,  no período de 21 a 23 de Abril, inclusive em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, para onde me mudei com meu marido em abril de 2010, em busca de melhor qualidade de vida, segurança, contato com a Natureza e energia compatível com os propósitos do Carrossel de Luz[2], grupo de pesquisas de fenômenos psico-espirituais que coordeno há 38 anos. No dia 22/04/25, às 12 horas, no Espaço Arp, estarei focalizando uma vivência de viagem interior no Avião do Amor, para quem desejar participar.

               Em meio a este percurso com grande significado evolutivo, ainda não sei quais serão os resultados alcançados por este projeto. Sei apenas que devo obedecer à orientação recebida e entregar-me aos desígnios Divinos!...

                           Sueli Meirelles em Nova Friburgo, 01 de Abril de 2025.

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[1] Eventos simultâneos no tempo

[2] Link para o Blog: carrosseldeluz.blogspot.com

 

domingo, 9 de março de 2025

4.2. MENSAGENS DA QUARTA FASE - O NOVO TEMPO

 

4.2. O NOVO TEMPO



                                                     Céu de Nova Friburgo em 26/02/25


Os ensinamentos transmitidos através dela, não lhe

 pertencem. Ela e cada um de vós sois multiplicadores

 destes ensinamentos, que deverão estar sendo

 transmitidos nos diferentes contextos nos quais estareis

 inseridos, no decorrer deste ano de tantas

 transformações.

 

Vós Sabeis quem EU SOU

09/03/25


 Mensagem Canalizada por Sueli Meirelles


quinta-feira, 16 de maio de 2024

CASOS CLÍNICOS TRANSPESSOAIS - O MENINO DO CASTIGO

 


    O Paciente J, é cardiopata e apresenta traços obsessivos de acumulação e déficit de atenção cognitiva. Quando demos início à sua captação, através da sensitiva A, a primeira imagem que apareceu na mente dela foi um menino de cerca de cinco anos, sentado, de castigo, com um profundo sentimento de solidão e incompreensão. Em seu contexto familiar, de infância, J sentia-se preterido em favor de seu irmão mais velho, considerado mais bonito e o favorito para atender ao desejo da genitora de ambos, no sentido de ter um padre na família, desejo que J, inconscientemente, ainda hoje busca atender, estudando Teologia Católica.

    Em meio às suas angústias silenciosas, J sentia-se como se estivesse diante de um profundo abismo, sendo atazanado por Presença Intrusa, que do seu lado direito (o racional) o induzia a se atirar no vazio existencial, numa clara representação de indução ao suicídio. Porém, olhando para o seu lado direito (racional), J via a Cruz em que tanto acreditava e a quem pedia proteção. Frequentemente, o menino é deixado de castigo, por seus comportamentos considerados indevidos, em competição com seu irmão, na busca de atenção e carinho.

    Aprofundando as percepções da sensitiva A, encontramos uma memória anterior em que J havia sido um psiquiatra que seguia à risca os métodos de tratamento prescritos em séculos passados, para aplicação de choques elétricos nos pacientes em surto psicótico. Desse modo, ser um menino sensitivo na atual existência o levou a experenciar o que sentem os pacientes altamente sensitivos, diante de um enquadre clínico que ainda ignora os possíveis fenômenos vivenciados em estados ampliados de consciência. Cientificamente, ainda se acredita que o que se apresenta como resultado de estudos acadêmicos deva prevalecer sobre o trabalho empírico de estudos de casos clínicos, realizados por muitos pesquisadores dedicados à compreensão desses fenômenos, apresentados por mais de 90% da população, neste momento em que cada vez, mais e mais pessoas despertam para a espiritualidade. No presente, J ainda mantém sua busca cognitiva, através de frequentes congressos e participação em grupo de estudos científicos.

    Dando continuidade à Reprogramação, induzimos que o adulto J acolhesse o seu sensível menino, para dele cuidar, no presente, com amor, atenção, compreensão e as necessárias explicações sobre o dom que ele trouxe para esta existência e o alívio da sua imensa dor emocional.

    Também identificamos a presença de sua genitora que, já tendo feito a passagem para o plano espiritual e sentindo-se arrependida, mas ainda com a sua visão concreta de mundo e desconhecimento das Leis Espirituais que regem a vida, desejava que ele fizesse a passagem para lhe dispensar seus cuidados amorosos. Pedimos o seu encaminhamento para o plano adequado, onde ela será cuidada e orientada.

    Ainda em acompanhamento do processo, esperamos que a liberação das intensas emoções contidas ao longo do tempo,  possa agora permitir que, com a liberação do chacra cardíaco, ocorra a abertura do chacra frontal (hipófise – nível intuitivo) e do chacra coronário (pineal – espiritual), condições necessárias para a manifestação dos fenômenos de expansão de consciência, que poderão trazer autorrealização a J e do cumprimento de sua missão existencial.

    O relato dessas sofridas vivências com conteúdo transpessoal, nos orientam sobre a importância do Amor, Compaixão, Perdão e Respeito, para sairmos do julgamento simplista de que a pessoa simplesmente deveria mudar seu comportamento, por conta de aconselhamentos ou críticas externas. Para todos nós, alunos da Escola da Vida, estes casos clínicos revelam profundas e preciosas aprendizagens evolutivas, que podemos passar a aplicar em nosso dia a dia...

                                       Sueli Meirelles, em Nova Friburgo 16 de maio de 2024.

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[1] Inimigos espirituais do pretérito evolutivo, que se aproximam da Personalidade Atual da pessoas, com desejos de vingança pelo mal sofrido.

terça-feira, 9 de abril de 2024

CASOS CLÍNICOS TRANSPESSOAIS - O FILHO PERDIDO



        

O paciente A já fazia psicoterapia há algum tempo, sempre trazendo os conflitos com os familiares paternos, em torno de um interminável inventário. Neste processo, eu buscava as causas ancestrais do conflito, percebendo que, pela sua intensidade, deveria ter causas transpessoais. Em uma captação psíquica anterior, já havia aparecido uma memória transpessoal de uma senhora de engenho rígida e centralizadora, que regia o seu patrimônio com mãos de ferro. Ela trazia também um sentimento de culpa em relação  a perda de um filho que, por algum motivo não conseguira salvar, mas isto ainda não havia ficado bem claro. A mãe do paciente A, já idosa, sofre de Alsheimer, cujo conteúdo emocional é o esquecimento motivado, quando acontecimentos traumáticos muito intensos, produzem a perda de memória.

               Em consulta recente, o paciente A relatou um terrível acontecimento familiar: Aos seis meses de idade, o primogênito da família, morreu em condições trágicas, quando sua mãe, já no início da segunda gravidez, entrou na cabine do caminhão de seu marido, com o bebê no colo e, conforme este fez a manobra, a porta se abriu e o bebê caiu do caminhão, morrendo esmagado sob as rodas do pesado veículo. Difícil até imaginarmos a intensidade da dor insuportável desses pais, após a trágica ocorrência. A também relatou que, na primeira infância, via seu irmão mais velho e brincava com ele, sempre que este aparecia.

Durante o relato em psicoterapia, o paciente A usava uma tela de fundo, na qual começaram a aparecer algumas imagens muito significativas, como formas-pensamento da tragédia não elaborada: Um senhor com roupas antigas e um bebê no colo; uma senhora com roupas antigas como um bebê no colo e um “frade” com um bebê no colo, que depois foi identificado pelo paciente A como sendo São José, o Patrono da Boa Morte. Segundo relato do pai do paciente A, naquele dia fatídico, a mãe, em desespero, arrancou parte dos próprios cabelos, permanecendo durante longos dias, debruçada na janela, com os olhos fixos no horizonte, como se esperasse o retorno do seu filhinho ou uma explicação para sua dor insuportável. Segundo o marido, depois da tragédia, ela nunca mais foi a mesma pessoa. Numa trans-comunicação com o filho, durante uma das sessões terapêuticas, ele pediu ao filho que cuidasse da mãe como ele, marido, havia cuidado durante a sua vida.

               Diante do relato da tragédia e das formas-pensamento que apareciam na tela virtual, decidi fazer uma nova captação psíquica, em reunião presencial do Grupo do Carrossel de Luz, considerando que seria impossível que algum membro da família pudesse acessar, conscientemente, esta memória, através de processo terapêutico. Na reunião, após induzir a sensitiva A ao acesso do inconsciente da senhora E, evidenciou-se um padrão de pensamento concreto, com pouca compreensão e informação sobre as possíveis relações psico-espirituais existentes entre as pessoas. Diante desta constatação, decidi induzir a Sensitiva A para captar o inconsciente do menino falecido sete anos antes do paciente A ter nascido, identificando na Individualidade do mesmo, fortes sentimentos de culpa em relação ao sofrimento da mãe, o que me pareceu ter uma correlação direta com a memória anteriormente captada, da Senhora de Engenho, que também havia perdido um filho. Percebi haver uma forte relação de causa e efeito entre os dois relatos. Comecei, então, a dessensibilizar as cargas emocionais do bebê, percebendo uma semelhança entre os sentimentos do menino e os sentimentos do  paciente A. Em dado momento, este me perguntou se poderia abraçar o menino, ao que eu prontamente respondi que “deveria”, antecipando que a Individualidade do menino era a mesma do paciente A e que este havia passado toda a sua vida, até aquele momento, num estado dissociado, causado pelo susto da passagem repentina, depois da qual ficou sentindo-se perdido, sem compreender o ocorrido, tanto pela tenra idade, como pela falta de informações sobre vida espiritual. Voltando a incentivar o esvaziamento da forte dor emocional, orientei que o paciente A abraçasse o menino captado pela Sensitiva A e o encaixasse dentro de si mesmo, simbolizado pela cor azul, inspirando profundamente esta cor, para recuperar a sua integridade psíquica. Esta captação foi realizada no dia 7 de abril de 2024 e o processo terapêutico ainda terá continuidade, para a elaboração consciente e compreensão dos intrincados vínculos do inconsciente profundo da família, na qual os parentes conflituosos podem ter uma correlação com os débitos evolutivos da Senhora de Engenho.

               Apesar dos longos anos de trabalho com os casos clínicos transpessoais, ainda me surpreendo com a intensidade dessas memórias que, cada vez mais, emergem à consciência, para serem compreendidas e liberadas na misericordiosa energia do auto-perdão, do pedido de perdão ao Divino, do pedido de perdão ao outro e do perdão aos inimigos espiriuais que, como seixos que rolam pelos rios da vida, vão sendo todos lapidados, até alçarem níveis de consciência mais elevados, com a compreensão das aprendizagens resultantes das experiências vivenciadas em cada existência terrena. Aprendizagem para todos nós, alunos da Escola da Vida...

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

CASOS CLÍNICOS TRANSPESSOAIS - MEMÓRIAS PATERNAS

 



               O pré-adolescente G apresenta dores abdominais frequentes, ansiedade,  insônia e bloqueio da expressão emocional. Fez acompanhamento psicopedagógico para adaptação à nova escola, alcançando bons resultados de aprovação, mas ainda necessitava de uma pesquisa mais profunda, em suas memórias transpessoais.

               Trabalhando com a avó do menor, confirmamos que G traz as memórias transpessoais de seu bisavô materno, o que já havia sido informado à família,  em evento espontâneo de trans-comunicação, através da sensitiva A, em uma antiga reunião de harmonização, realizada em meu consultório. Na ocasião, o bisavô materno, para surpresa dos familiares presentes na sessão, informou que estaria de volta como filho de V, que iria sentar-se no seu colo e que a família teria uma surpresa numa terça feira. De fato, a mãe de G fazia as ultrasonografias às terças-feiras, dia da semana em que se confirmou que o bebê seria um menino.

               G passou pela separação litigiosa de seus pais, com muitos ressentimentos, lamentando-se pelo fato de que eles, naquele momento,  não tenham pensado no filho, nem lhe explicado os motivos da separação repentina, 15 dias antes do Natal.

               Realizando uma captação psíquica de G, através de sua avó paterna, encontramos padrões semelhantes entre a existência anterior e a atual. Na memória transpessoal do bisavô paterno este, quando menino, morava numa casa de cômodos, num bairro antigo do Rio de Janeiro, com a irmã bem mais velha do que ele e a mãe idosa e do lar, que separou-se do marido quando o filho ainda era recém-nascido e não  permitiu que o pai o visse, quando voltou, um ano depois e eles nunca mais se viram. Esta condição era motivo de preocupação para o menino, que perdia noites de sono imaginando como seria a sua vida, se a irmã costureira, que sustentava a pequena família, viesse a falecer, o que na realidade não aconteceu, evidenciando-se os mesmos padrões emocionais que emergem para serem curados.

               Na existência atual, após a separação dos pais, G passou a morar com a mãe e a avó materna, revivendo o mesmo estado de ansiedade diante da possibilidade de falecimento da avó provedora, dada a condição do desemprego materno. Também sente falta da presença mais efetiva do pai, como apoio, lei e limite nas relações com o mundo externo, aspecto que também vem sendo trabalhado nos acompanhamentos terapêuticos do genitor.

               Durante a captação, conseguimos esvaziar muita dor e sofrimento retidos nas memórias transpessoais de G, levando sua Individualidade a compreender que o que aconteceu antes não precisa repetir-se na atual existência.

               Atualmente entrando na pré-adolescência, G se prepara para o ingresso na vida militar, desejo não realizado na existência anterior, por ter sido avaliado como arrimo de família, por ser o único homem, assumindo o sustento da mãe e da irmã, ainda jovem, até o final de suas existências.

               G ainda se encontra em acompanhamento terapêutico, até que tenha alcançado o estado de homeostase necessário para que ele retome a espontaneidade natural de sua juventude e possa realizar, no tempo adequado, o seu sonho profissional, interrompido na existência anterior, tendo seu pai como a  mão amiga, protetora e orientadora do seu caminho evolutivo.

                                        Dra. Sueli Meirelles, em Nova Friburgo, 28 de janeiro de 2024.

domingo, 28 de janeiro de 2024

CASO CLÍNICO TRANSPESSOAL - A HERDEIRA

 


A paciente A procurou a psicoterapia em função das dificuldades de relacionamento conjugal, com sua genitora e dificuldades de assumir suas funções maternas. Apresenta o padrão típico de oralidade insatisfeita, com obesidade, dificuldades de controle alimentar e falta de iniciativa. No decorrer do processo terapêutico, alcançou melhores níveis de proatividade, retornando, posteriormente ao padrão inicial, diante do que sugerimos as técnicas regressivas, em especial à vida intrauterina, renascimento e memórias transpessoais, mas ela mostrou-se resistente, cancelando o tratamento.

Como sua genitora também se encontrava em processo terapêutico, agendamos uma captação psíquica com a sensitiva A, que acessou uma memória transpessoal de nobreza, na qual o genitor, insatisfeito com o fato de que sua esposa não lhe tivesse dado um herdeiro do sexo masculino, ordena que se cumpra a lei e que a menina seja morte ou doada para ser criada por outro família. Desesperada com a decisão do marido e senhor, a mãe decide fugir com a criança, com o apoio da ama de leite e de um barqueiro contratado para tal fim. Ao atravessarem um rio caudaloso, em busca de refúgio em terras distantes, o barco naufraga, já próximo a margem e o barqueiro e a ama conseguem salvar-se com a menina, mas a mãe, por não saber nadar, morre afogada. Alcançando o refúgio em terras longínquas, o barqueiro e a ama de leite criam a criança como sendo filha de ambos, jamais lhe revelando suas origens de nobreza, desse modo preservando-lhe a vida.

Esta memória tão trágica explica o comportamento de A, em sua existência atual, sempre exigindo do padrasto, o pai na outra existência, que lhe dê o devido sustento e atenção afetiva, fazendo com que a mãe fique como mediadora no conflito entre ambos. Como o padrasto não acessa suas memórias transpessoais e A se recusa a fazer as técnicas regressivas, a situação permanece em aberto, aguardando que o atual momento evolutivo de final de ciclo planetário, traga, espontaneamente, esta memória à consciência do pai e da filha de outrora... Que o Divino os sustente nesta travessia do caudaloso rio da vida!

Dra. Sueli Meirelles, Nova Friburgo, 27/10/23, data da publicação do caso clínico.